Márcia Lopes,à frente de Cida Gonçalves: nova ministra e a antecessora — Foto: Cristiano Mariz RESUMOSem tempo? Ferramenta de IA resume para você
Márcia Lopes,à frente de Cida Gonçalves: nova ministra e a antecessora — Foto: Cristiano Mariz
GERADO EM: 06/05/2025 - 03:30
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Na 12ª mudança no primeiro escalão neste mandato,o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou e deu posse,ontem,à assistente social e professora Márcia Lopes para o cargo de ministra das Mulheres. Ela substitui Cida Gonçalves,que tinha desempenho criticado no cargo,além de desgastes internos. A busca por resultados também motivou trocas,este ano,na Saúde e Secretaria de Comunicação,enquanto casos de corrupção derrubaram os titulares de Comunicações e Previdência Social.
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— O presidente Lula disse que quer ver as mulheres mais contentes e protegidas,quer ver as mulheres em cada município se sentindo respeitadas,acolhidas,ouvidas — disse Márcia após tomar posse.
A nova ministra é irmã de Gilberto Carvalho,ex-chefe de gabinete de Lula e atual secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho. Márcia foi secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social no segundo mandato de Lula. Em 2010,comandou a pasta por nove meses. Dois anos depois,disputou a prefeitura de Londrina e ficou em terceiro lugar.
Tantos Márcia como Cida são filiadas ao PT. Havia descontentamento no Palácio do Planalto com a gestão da pasta. A Comissão de Ética da Presidência arquivou um processo em que Cida era acusada de negociar a demissão de uma auxiliar propondo verba para sua campanha a deputada e também de racismo.
— Não é troca por incompetência,assédio,rixa,não é isso. É uma troca de um momento novo que estamos precisando. Às vezes não tem mais onde você consiga avançar e chega uma pessoa com energia nova e muda — afirmou Cida.
Uma gravação que veio a público também gerou constrangimento. Em áudio divulgado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”,Cida diz a interlocutores que interrompia suas agendas imediatamente para atender à primeira-dama Rosângela da Silva,a Janja,de quem é próxima. Os únicos no governo que recebiam o mesmo tratamento,segundo ela,eram Lula e o ministro da Casa Civil,Rui Costa.
A ex-ministra afirma ainda que consegue “enrolar” os ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Alexandre Padilha (à época nas Relações Institucionais).
Trocas no Ministério: infográfico mostra histórico de mudanças no governo Lula — Foto: Arte O Globo
Com a mudança,Lula dá mais um passo na reforma ministerial que vem promovendo a conta-gotas. Ainda há possibilidade de o presidente mudar a Secretaria-Geral da Presidência,que hoje tem Márcio Macêdo como ministro. A reforma também deve contemplar a bancada do PSD na Câmara. Os deputados do partido estão insatisfeitos com o Ministério da Pesca e querem uma pasta maior.
Desde o começo do ano,Lula fez mudanças na Secretaria de Comunicação Social (Secom),na Saúde,na Secretaria de Relações Institucionais (SRI),nas Comunicações e na Previdência. Na primeira pasta,o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) deu lugar ao marqueteiro Sidônio Palmeira,em janeiro. Na Saúde,Nísia Trindade foi substituída em março por Alexandre Padilha,que estava na SRI,assumida por Gleisi Hoffmann.
Em abril,Lula substituiu Juscelino Filho por Frederico de Siqueira Filho nas Comunicações. Juscelino foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por desvio de emendas parlamentares quando ainda era deputado. A pasta é controlada pelo União Brasil. Já na última sexta-feira,as investigações sobre desvios no INSS derrubaram o ministro da Previdência,Carlos Lupi. Wolney Queiroz assumiu o seu lugar.
As trocas recentes não aumentaram o espaço do Centrão,apesar de o governo ter uma base frágil no Congresso. Na primeira metade deste mandato,as principais mudanças foram para abrigar esses partidos,casos de PP e Republicanos. As trocas deste ano,no entanto,tiveram como motivação problemas específicos e não fizeram parte de um acordo para amarrar apoio das siglas a Lula no Legislativo ou com vistas à reeleição.
A presença na Esplanada,não é garantia de fidelidade. Partidos de centro que indicaram ministros reduziram o índice de apoio ao Planalto nas votações entre o primeiro e o segundo ano do mandato de Lula. No comando de dez ministérios,PSD,União,PP e MDB registraram declínio por parte de suas bancadas no compromisso de acompanhar a gestão petista na Câmara.
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