O edifício-sede da Fapesp,na Zona Oeste de São Paulo — Foto: Fapesp/divulgação RESUMOSem tempo? Ferramenta de IA resume para você
O edifício-sede da Fapesp,na Zona Oeste de São Paulo — Foto: Fapesp/divulgação
GERADO EM: 06/05/2025 - 03:31
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Uma investigação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) apontou a existência de um esquema de desvio de verbas que,por mais de dez anos,teria sido operado por uma funcionária da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e desviado mais de R$ 5,3 milhões.
Em comunicado divulgado ontem,a agência de fomento aponta que a apropriação dos recursos destinados ao Instituto de Biologia da universidade ocorria por meio de pagamentos indevidos feitos pela acusada a sua própria empresa. Os valores foram depois transferidos para as contas de pessoa física dela mesma e de três pessoas que suspeitas de serem laranjas.
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Pelo que a Fapesp apurou,o esquema operou de 2013 a 2024 sem levantar maiores suspeitas. A principal suspeita (a única com nome divulgado em comunicado da agência) é Ligiane Marinho,ex-funcionária da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp),que intermediava o repasse de verba pública aos biólogos.
"No entender da Fapesp,os pesquisadores responsáveis pelas pesquisas contribuíram culposamente para esses desvios,já que franquearam,indevidamente,o acesso de terceiros às contas bancárias vinculadas aos projetos",afirmou a agência em comunicado à imprensa.
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Como os desvios foram praticados em múltiplas ocasiões e envolvem diversos projetos de pesquisa,o esquema gerou uma profusão de ações judiciais. Há 34 processos relacionados ao esquema que correm de maneira independente agora em três varas diferentes da Fazenda Pública na Comarca de Campinas.
"Nos três casos judiciais em que houve decisão favorável,os pesquisadores foram condenados a devolver,respectivamente,R$ 43.924,R$ 31.255 e R$ 242.782,acrescidos de correção monetária e juros moratórios",afirma a Fapesp. "Há,também,casos de dois pesquisadores que optaram por realizar o ressarcimento pela via administrativa,que somados totalizam R$ 38.229."
A reitoria da Unicamp afirma que,quando soube do caso,instaurou uma sindicância para ouvir diversos funcionários das unidades envolvidas e adotou "medidas administrativas para melhoria dos escritórios de apoio",concluindo pelo arquivamento do processo.
Alguns cientistas,que integravam projetos de pesquisa nos quais os desvios ocorreram,disputam com a Unicamp a responsabilidade pela brecha que permitiu as apropriações indevidas.
"Nas ações movidas pelos docentes contra a Fapesp,a universidade e a Funcamp,as decisões de mérito têm sido todas favoráveis à universidade,com condenação dos docentes ao ressarcimento dos recursos",informou em nota a Unicamp. "A universidade está aguardando o andamento do inquérito policial em andamento,com a juntada de provas,para avaliação de abertura de nova apuração interna."
A defesa de Ligiane Marinho não se pronunciou publicamente sobre o caso. O GLOBO busca ainda contato com a ex-funcionária que está sob investigação.
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